sábado, 28 de novembro de 2009

Smoke




Há dias apeteceu-me fumar.
Normalmente associa-se a fumar a uma constante pressão de grupos socias, que nos impelem a fumar para nos integrar, para nos fazer parte de uma certa comunidade. Tenho amigos assim, que começaram a fumar porque acharam que isso seria fixe, que OS faria fixe. Deprimente.
Eu talvez tambem seja deprimente não sei. Eu quando era puto vi assim gajos mais velhos que eu encostados a uma parede, meio que escondidos, na ilegalidade, a pegar num cigarro, pegar no isqueiro, acender (ainda que desajeitadamente) o cigarro e fumar. E admiráva-os, a rebeldia, a convicção de que eram diferentes. Associava o cigarro a uma ideia de liberdade, de emancipação. Uma bandeira pela luta da opiniao, pela luta de decisoes e de poder decidir o seu proprio destino. Contestatários.

Mas agora tenho uma interpretação mais real. Vi que eles eram cobardes, que não tinham estes ideais que eu idealizava. Tinham medo que os pais os apanhassem, que o director os castigasse. Apenas fumavam para que NÓS, putos, vissemos que eles eram topo da cadeia alimentar, eles é que mandavam. Isto era o que eu idealizava. Sem qualquer moral.
Eu que pensava que eles é que me poderiam abrir caminho. Para que NÓS, jovens pudessemos falar e que NÓS jovens tivessemos assento e opinião.
Desiludi-me.



Mostrem-me que não é apenas piece of shit o que o nosso país anda a formar, que afinal somos bons, conscientes, que temos palato mas também falamos em e com consciencia.
Sou um anarquista em potencia, confesso. Mas gostava de ser levado a sério. Com criticas construtivas, que me soubessem ouvir.

Não peço demais ora não?






2 comentários:

  1. boa gui! e os seus smp fabulosos textos... gostei!

    =)
    espero só que não te tenhas lembrado de acender esse cigarro...


    jÔ_

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  2. Concordo contigo :)
    gostei bastante do que escreveste.

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